Eis que ao olhar para o mar, vejo o entardecer que te leva junto dele, não me deixando mais nada para viver, nem mesmo a lembrança de quem um dia foi para mim. Nas ondas deste mar vejo navegar os sorrisos, que por livre e espontânea vontade me oferecestes, vejo também os abraços, os olhares, vejo o sim para cada desejo meu. Tudo o que vejo de você está indo embora, sem esforço seu ou meu, sem olharmos para trás e tentarmos refazer o nó, que nos unia como uma força sem pensar, sem medir, sem pedir...
Foi por muito aprender que hoje estou distante, sozinho, sem você. Sendo longe tudo que ainda me resta da lembrança de você. Ainda neste mar, vejo o sol desaparecer nas águas cristalinas, em uma imagem que sonhamos para os nossos últimos dias, do que de nada adiantou, pois a neblina veio e escondeu de nossos olhos o sentimento, talvez o mais verdadeiro que já tive, o mais íntegro e absoluto. Mostre-me que virá amanhã, junto ao sol que se mostrará ainda mais forte e brilhante, e não diga que irá embora ao entardecer da outra noite.