Mil modos de te ver

Te vejo de olhos negros, claros, marrons, pintados, comprados.
Te vejo com eles abertos ou fechados.
Te sinto de pele macia, amarga, doce, enrugada.
Te miro de 1,40, 1,70, 1,80, 1,60.
Te abraço com um braço, ou dois braços, sem os braços, não abraço.
Te vi crescer pequeno, não no seu tamanho, mas no seu desenvolver.
Um dia já te vi mais verde, mais saudável, outrora desabitado.
Te vivo rico, pobre, em rumo com a sorte.
Te falo com o errado inglês, francês, espanhol, inda mesmo com o bom e velho português.
Te visto com longo pano, curto pano, em momentos de revolta... sem o pano!
Te vi ser a Colônia, te vi ser a República, te vi ser mal Ditado, e agora não te vejo porque meu olho tá vendado.
Te vejo, te sinto, te miro, te abraço, te vivo e tento te escrever assim, Brasil, terra de encantos mil, onde canta o sabiá, terra adorada, idolatrada, salve...salve!